sábado, 4 de maio de 2013

Um pouquinho sobre a Bay!!

Não é fácil você se deparar com sua própria
imagem e achar que "existe algo errado com você".
Eu sei bem, mais muito bem como é esta sensação,
que nasce não sei de onde, que surge não sei como.

Sentimento de incerteza sobre quem somos, onde
estamos e o que vamos ser... se vamos ser.
Nos tornamos um tanto "frágeis" ao mesmo tempo
tão resistentes quanto a nós mesmas.
Duvidas começam a pairar sobre nossa cabeça,
nos sentimos inseguras, desprotegidas, com a sensação
de que o mundo vai nos engolir á qualquer momento.

Então você foge, se isola, e lá no fundo você sabe que
foge e se isola somente de você mesma. Acabamos
criando nosso mundo... "Lá", tudo é perfeito...somos
"normais", somos Anas, somos o que sempre sonhamos.


Mais é complicado saber que nossa verdade, nosso
mundo desaba. E olha, desaba.
Aos 14 anos de idade eu comecei a ser adepta da Mia. Não foi fácil saber o porque... e querem saber?
Até hoje pode ser que eu nem saiba.
As crises "Mias" foram aumentando... fui perdendo um pouco da minha identidade.
Alguns acidentes de percurso durante as crises. Eu miava em torno de 12 a 16 vezes por dia. Além de me 
purgar e sofrer horas... digo Horas mesmo vivendo no "Mundo que eu criei". Ainda com toda dor e sofrimento aquilo era perfeito. Eu mau sabia que estava acabando com metade de mim... metade do meu "EU".
Foi uma parte triste... muito real, não foram capítulos de novela, seriado, foram fatos.
Fatos que minha mãe, meu pai, minhas tias, amigos foram "obrigados a vivenciar" também. Então lindonas, eu fui parar na Psicoterapia, me deparei numa sala toda branquinha com uma mesa e duas poltronas.
Eu Raquel estava frente a frente com a Fernanda que naquele momento era uma desconhecida pra mim.... e minha vontade era a de sair correndo. Eu pensava: " Estão me achando louca". 
Enfim...
A Fernanda minha super Nany como chamo hoje me ajudou a encontrar um sentido e limitações para algo que me perturbava tanto. Só que não contavamos com uma crise violenta de Anorexia aos meus 19 anos... a "Ana" me pegou de jeito, e parecia tão real. A sensação era que conhecia "ela" a muito tempo. Mau eu sabia onde eu iria parar.
Dos 47 kg eu passei para os 37 kg, já não tinha mais o que fazer. Eu perdi totalmente a vontade e força de viver e para viver. Minha mãe, não soube lidar comigo, ela tentou mais não teve jeito. Fiquei intolerante, mais teimosa que de costume e só queria dormir e dormir o dia todo.
Sem saída, duas tias minhas tiveram que tomar providências, me tiraram de casa e me levaram para o Hospital, eu estava me sentindo "No Poder". Em que Poder? Até hoje eu não sei...
Fiquei por diversas vezes em observação, os médicos diziam que não havia o que fazer... que estavam de mãos atadas. Neste momento eu resolvi olhar para os meus lados, e comecei a ver que minha estratégia de fugir de mim mesma estava afetando a todos que me amavam, poxa aquelas pessoas estavam lutando por mim, pela minha vida... Qual era a minha?  Foi então que eu mesma que sem forças resolvi me reerguer. Sim porque eu fui nocauteada pela "Ana", eu fui mesmo. 
De internação em internação, núcleo de reabilitação, ajuda da família e amigos eu fui me recuperando. Mais tenho que lhes confessar; não foi nadinha fácil.
Quando os médicos me liberaram com os 40 kg para tratar em casa, com regras do tipo: Sem espelhos, sem facas, escova de dente só na presença de alguém, remédios como Rispiridona, Rivotril, Diazepan, Neoripurum uma vez por semana na veia... me senti num caos. Da cama pro banheiro do banheiro para a cama. Crises como se eu fosse uma dependente química, em querer "Miar" a metade da bolacha salgada e do suco de soja. A rodelinha de tomate com uma batata... eu me senti enlouquecendo. As pessoas me olhavam dos pés até a cabeça, e aquele pensamento de que eu ainda não era boa o suficiente predominava, predominava. 
Voltei aos cuidados das minhas tias, imunidade zero, lábios estourados, pele escamada, cabelo caindo, unhas se partindo, novamente estaca Zero. 
Idas e vindas de Hospital, perdendo uma boa parte da minha vida... uma parte que poderia ter sido quase que "perfeita". 
Eu ando nestas idas e vindas ainda, mais estou conseguindo administrar bem graças a ajuda de "Anjos" que encontrei pelo caminho... 
Aqui eu conto somente metade do que eu tive que passar... mais na realidade a história é longa.
Eu espero que eu possa ajudar de alguma forma ou conscientizar a todas que sofrem deste mau súbito.
Isto não é brincadeira, Anorexia mata, Bulimia mata... e eu não quero ser vitima deste mau que me dava a falsa impressão de ser tão "Boa,quase perfeita". E foi por conta das minhas falsas impressões que eu sofri tanto.
Chegou a hora de realizar, realizar objetivos, sonhos que a "Mia e a "Ana" um dia me tiraram...
Todos os sonhos daquela menina risonha e espoleta caíram por terra, a pior parte é que eles eram de cristal, e se quebraram, se quebraram.
Eu não desanimei, eu olhei pra tudo aquilo que estava perdido mesmo; levantei e continuei minha caminhada, com gana de realizações, conquistas e de quero mais é viver.
Vamos lá...... eu consegui, você também pode! Deixo esta dica para todas.

Beijinhussss da Bay.


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